Bebedouro inteligente da Xiaomi é útil para cães e gatos, mas quem tem felinos vai aproveitar melhor Imagem: Divulgação
Quem convive com pets sabe bem que, vira e mexe, surge aquela tentação de comprar produtos que, supostamente, mudarão por completo a vida dos bichos. Recentemente, dois produtos chamaram minha atenção pelo fator tecnológico: comedouros e bebedouros vendidos como inteligentes.
Tive a oportunidade de testar esses aparelhos da marca Xiaomi por alguns dias, e esse texto todo é para mostrar como funciona e dizer se vale ou não a pena o investimento (que não é nada baixo).
Os testadores oficiais foram os pequenos seres que coabitam a minha casa: a dupla de gatos Kobe e Lebron e o simpático vira-lata caramelo Shazam.
Bebedouro Inteligente para Pet Xiaomi:
Alimentador Inteligente para Pet Xiaomi:
O primeiro ponto a ser definido no teste foi estabelecer quem iria usar o alimentador, afinal gatos e cachorros não comem a mesma ração.
Como os felinos são maioria por aqui, o uso do comedouro ficou exclusivo para eles. O bebedouro, por sua vez, não teve "dono", afinal água é água para todo mundo.
Resumo do que achei:
Minimalista, compacto e com ar tecnológico, o bebedouro nada lembra o que normalmente usamos aqui: um modelo de barro, o que ajuda a manter a água fresca, e com grande capacidade.
Quem tem gatos em casa sabe bem que fazer eles beberem água é um desafio e uma necessidade, já que a baixa hidratação pode fazer com que eles desenvolvam problemas sérios nos rins.
O maior problema é que eles, instintivamente, evitam beber água que esteja parada, o que faz com que potes convencionais não funcionem 100%. Por isso ter um bebedouro do tipo "fonte" é uma compra praticamente obrigatória.
Aqui, tenho duas delas funcionando 24 horas por dia e, portanto, o modelo da Xiaomi não foi propriamente novidade. Ainda assim, logo que instalei o produto, LeBron foi conferir imediatamente.
Ao longo dos dias, tanto ele quanto Kobe foram flagrados usando o bebedouro inteligente. Só não foi possível dizer se a frequência foi maior, menor ou igual do que fazem com os aparelhos que já usamos por aqui.
Em um primeiro momento, quem pareceu não ter dado a mínima para a novidade foi Shazam. Ele é o maior consumidor de água entre os pets que moram aqui, mas tem um hábito curioso: consome água no meio da noite. E, em uma madrugada de insônia, foi flagrado fazendo justamente isso no bebedouro da Xiaomi, mostrando que mesmo pets mais idosos também se adaptam às novas tecnologias.
Um ponto bem positivo é que o bebedouro inteligente da Xiaomi é bastante leve e simples de ser manuseado na hora da limpeza.
A maioria das superfícies é plana, o que evita o acúmulo de sujeira, e a bomba é protegida por uma espécie de esponja, o que evita que pelos se acumulem em seu interior e atrapalhem o seu funcionamento.
O dispositivo é bem fácil de montar e parear com o app Mi Home.
Lá, é possível configurar o método de funcionamento — se a água vai ficar em movimento o tempo todo ou se haverá intervalos sem o aparelho funcionar — e também receber notificações sobre o nível de água e lembretes sobre a limpeza.
O aviso sobre o nível de água é particularmente relevante, uma vez que a bomba de circulação do líquido pode queimar se o aparelho ficar vazio. Aqui, optei por deixar ela ligada o tempo todo.
Resumo do que achei:
Dos dois itens avaliados, confesso que um que nunca pensei em comprar foi um comedouro inteligente. E isso se dá por alguns motivos, como o fato de que gatos não costumam "zerar" os potes de ração seca de uma vez - como cachorros geralmente fazem - e de eu trabalhar em casa, o que evita que eu passe longos períodos sem estar disponível para reabastecê-los.
Fora isso, não dá trabalho nenhum completar a ração uma vez por dia. É até um momento divertido e que ajuda a estreitar os laços com os animais.
Ainda assim, fui de coração aberto para testar o comedouro inteligente da Xiaomi. Me chamou a atenção um aspecto logo de cara: segundo o manual, ele só aceita rações com grãos de forma oval ou redonda, algo que deve ser levado em conta por quem se interessar pelo produto.
E, claramente, ele é mais indicado para animais de pequeno e médio porte, já que a área onde a comida fica disponível para o pet não é exatamente grande.
Nos primeiros dias, deixei o aparelho configurado para dispensar ração três vezes ao dia. Isso foi um erro: a ração acabou acumulada sem ser comida. Diminui para duas vezes e, ao menos agora, a quantidade disponível não ficou exagerada.
Assim como ocorreu com o bebedouro, a integração com o app da Xiaomi é bem interessante e permite que se escolha o peso da ração servida, algo útil para manter a dieta do pet dentro dos níveis recomendados.
No geral, a dupla de gatos se alimentou normalmente no comedouro, mas não gerou aquelas cenas típicas de redes sociais, nas quais os pets ficam ansiosos pela hora que o aparelho irá dispensar a comida.
Outro ponto positivo é que é possível preencher o recipiente de armazenamento com ração sem medo de ela estragar, uma vez que há um dispositivo que controla a umidade em seu interior.
Por outro lado, a necessidade de deixar o aparelho ligado o tempo todo na tomada o torna menos versátil do que o bom e velho pote tradicional.
Se eu fosse adotar esse comedouro aqui teria problemas financeiros, já que cada gato tem o seu pote de ração. Considerando o meu perfil, esse aparelho serviu apenas para eu não ter que me mexer e ir completar o pote de comida dos pets.
Dentre os dois aparelhos, considero que o bebedouro valeria mais a pena para o meu perfil de uso e pelos animais que tenho em casa.
Ainda assim, há de se considerar que é um produto caro e que há opções menos refinadas, mas igualmente úteis, por um quarto do valor — vale a pesquisa.
Neste caso, tudo depende do quanto você está disposto a gastar.
No caso do comedouro, ele irá ser mais útil para quem:
No geral, o comedouro funcionou de acordo com a proposta. A quantidade de ração dispensada foi coerente com o programado e os pets utilizaram o aparelho normalmente.
Mas eu não investiria meu dinheiro hoje num produto do tipo porque trabalho de casa.
É importante considerar, também, a quantidade de pets que se tem em casa e se todos são da mesma espécie. Do contrário, ter apenas um comedouro desses pode acabar sendo insuficiente e comprar mais de um, financeiramente inviável.
Fonte: ilt, em São Paulo